O RELAXAMENTO DO POVO E A INÉRCIA DO GOVERNO


“Um objeto que está em repouso ficará em repouso até que uma força desequilibradora atue sobre ele” (Isaac Newton – Lei da inércia).
Nasci em União dos Palmares, na fazenda Gordo, sempre estudei em Escolas Públicas. Na minha infância, tive que trabalhar cedo. Vendi picolés, peguei carregos nas feiras de União, limpei jardins, aprendi lavar, passar e cozinhar, assim cresci.
Aprendi com meu pai que para vencer na vida honestamente temos que trabalhar, sair do estado de inércia e ir à luta. Além desses valores, minha mãe me incentivou aos estudos, pois sempre acreditou e me fez acreditar na Educação como instrumento de emancipação. Desde então, as dificuldades que enfrentamos se transformaram em desafios e motivos de luta e conquista.
Desde cedo, aprendi a questionar e exigir direitos individuais e coletivos. Quando adolescente, sonhava em ser bancário, mas a “ciência” entrou em minha vida e me tornou PROFESSOR. Não me arrependi da escolha, pois como Professor-Educador, esforço-me para ser uma força transformadora desse sistema que está em repouso profundo há décadas.
Muita gente me pergunta o que eu ganho em ir de encontro a esse modelo imposto pelos senhores feudais que se acham reis e que ainda têm poderes hereditários para administrar nossa cidade como “feudos”, monopolizando e escravizando os analfabetos políticos e sustentando parasitas que ao longo do tempo se acostumaram a viver de favores e migalhas, entrando na inércia do relaxamento e da omissão, onde o que importa é se dar bem. Por isso, eu não me acho superior as demais pessoas, apenas tento fazer diferente, pois conquistei algo que ninguém pode tirar de mim. A sabedoria e o prazer em saber que estou fazendo a minha parte como cidadão e que estou agindo com coerência, verdade e justiça.
“É a Lei da Inércia, que se aplica a nossas vidas: quando encontramos uma zona de conforto, é lá que, inertes, permanecemos. O curioso é que a maioria das pessoas nem percebe que está inerte” (Luciano Pires).
Enquanto nossos gestores administrarem nossa cidade com projetos particulares, deixando o povo em segundo plano, o abismo entre o desenvolvimento e o atraso só tende a crescer! É necessária a participação do povo, pois só assim poderemos quebrar essa corrente viciosa criada há décadas em nossa “terra da liberdade”. Foi assim com os movimentos das DIRETAS JÁ, com o FORA COLLOR, com A QUEDA DE DIVALDO SURUAGY, entre outros. Uma coisa é certa, SEM LUTA NÃO HÁ CONQUISTA. Só assim poderemos transformar a inércia do atraso em desenvolvimento. Você pode até pensar que é utopia, mas eu acredito que se eu não alcançar esse desenvolvimento meus filhos com certeza alcançarão e poderão falar com orgulho: “meu pai não foi um covarde, me ensinou a ser gente”.
É preocupante ouvir alguém falar que não quer se envolver em política, porém se deixa levar por fichas sujas que compram votos e se elegem sem sequer mostrar a cara, e ainda tem eleitor que se gaba por ter “ganhado” cinquenta reais.
Há décadas União vive um modelo de política onde existem apenas dois partidos: “os que mamam e os que querem mamar”. Não vemos com clareza nenhum projeto de desenvolvimento, tudo parece ser feito na base do improviso.
Estão levando a serio demais a lei de Isaac Newton, pararam no tempo, perderam a noção de futuro! Como tirar Alagoas desse caos, se não somos capazes de fazer o dever de casa?
Mas nem tudo está pedido. A juventude de nossa cidade através de debates em rádios, internet, blogs e redes sociais tem mostrado de forma democrática um papel fundamental para o início das mudanças necessárias em nosso município. Um exemplo disso é o Mesa Z, programa da Rádio Zumbi, formado por jovens que de forma voluntária prestam um grande serviço à comunidade e o resultado já pode ser visto, pois vem mudando o comportamento e a atuação dos vereadores da cidade com o acompanhamento das ações da Câmara. E não tem sido diferente com o poder executivo, principalmente por que o grupo vem cobrando, questionando e levando propostas que visam ao desenvolvimento de nossa Cidade. Podemos dizer que é um exemplo de força desequilibradora que tenta tirar nosso município da inércia das forças do atraso.
Portanto, seja você também parte dessa força, ajude a colocar União nos trilhos do desenvolvimento. Insira esses verbos em sua vida: LUTAR, EXIGIR e CONQUISTAR.
“A maior parte de sua vida é consumida com repetições, até que uma força desequilibradora tira você desse ciclo. Uma demissão. Uma promoção. Uma desilusão amorosa. Uma tragédia. Enquanto a força não surge, ficamos ali repetindo, repetindo, repetindo”. (Luciano Pires)

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