IV Seminário Afro-Alagoano inicou aos trancos e barrancos

Foto: José Marcelo
O IV Seminário Afro-Alagoano “Igualdade Racial é Para Valer?”, iniciado neste 07 de julho, teve um início conturbado por conta das chuvas que caíram em União dos Palmares e tornaram o acesso à Serra da Barriga ainda mais complicado, o que já era de se esperar tendo em vista que o prometido acesso, que tem vários “pais”, agora, já que não saiu, arrumou uma “madrasta” a Caixa Econômica Federal, esse foi o resumo das falas que foram feitas no Platô da Serra. Quem foi teve que ir pela estrada da Usina Laginha e ainda, em alguns casos, descer do transporte para poder atravessar as "crateras" encontradas. Pois, “no meio do caminho tinha uma(s) cratera(s) tinha uma(s) cratera(s) no meio do caminho”.
O encontro não perdeu o sentido místico, acredito que este foi o único motivo para ele acontecer lá na Serra neste tempo de chuva. O momento foi iniciado pela Banda da Polícia Militar que tocou o Hino Nacional e em seguida foi feito um minuto de silêncio em homenagem a Abdias Nascimento. Infelizmente, pelo atraso ocorrido por conta da estrada, a Banda Afro Nação Dandara não se apresentou e a Orquestra de Berimbaus de Alagoas também não. O que aconteceu lá, apenas, foram as falas políticas e o Ajeum (banquete, refeição).
Com a presença de várias autoridades que foram registradas, apenas alguns puderam usar do microfone. Arísia Barros, coordenadora do evento, informou que a cerimônia do dia 13 de novembro será um evento internacional, afirmou ainda que a questão racial em Alagoas ainda está invisível. Finalizou dizendo que na Bahia tem parlamentares que lutam por ela, em Alagoas não. O presidente da Fundação Cultural Palmares, Elói Ferreira de Araújo, salientou que manifestações racistas e de preconceito ainda são fortes no mundo e o racismo tem que ser debelado. Informou que a 1ª legislação que defende a questão negra, desde 1888 (Abolição da Escravatura), foi o Estatuto da Igualdade Racial. Finalizou dizendo que o legado de Abdias é a luta e que sentará com os movimentos sociais de Alagoas em agosto. Patrícia Mourão disse que na construção do Parque teve problemas, e que com as cinzas de Abdias será plantado um Baobá, árvore que falta na serra. O prefeito do município, Areski Freitas, informou que o valor empenhado na Caixa Econômica Federal para a construção do acesso à serra é de R$ 1.380.000,00 esta obra já está licitada, o único detalhe que falta é a liberação dos Recursos.
Falta saber agora de quem é a culpa da não construção da estrada, no evento tinha representantes dos governos federal, estadual e municipal, então, desta vez, a culpa foi da Caixa Econômica Federal (já que não estava). Fica a pergunta: o dinheiro desta obra vem para quem administrar? Para o estado ou para o município? Se for para o município temos que saber se ele ainda está no CAUC – Cadastro Único de Convênio; se for para o estado, por que ainda não foi liberado?

Sérgio Rogério
ACORDA UNIÃO

0 comentários: