Jesus Era Um Cara Legal

Está chegando o Natal. Com ou sem fome, ele é uma época de amor, fraternidade e tolerância... Tá bom, chega de mentiras nesta postagem, prometo! Não sei quem inventou o Natal, mas sei qual foi, e ainda é, seu primário objetivo: Comprar e Vender muito. Sei, tem esse lance de Nascimento de Cristo, mas francamente, falando a verdade. Você se enfeita todo, decora sua casa, compra os mais belos enfeites da sua árvore de Natal, unicamente para adorar a Jesus? Se você respondeu sim, parabéns. Você é um dos únicos que ainda mentem para si mesmo.


Não me leve a mal, não duvido da sua cristandade, mas de sua honestidade. Todos os anos, as lojas fazem liquidações e enchem-se de clientes, que, depois de muito suar, querem comprar uma geladeira melhor, um microondas melhor e uma televisão melhor. Ah, e não se esqueça de seu presente do amigo secreto lá da rua, da escola, do trabalho. Posso estar enganado, mas isso é comercialismo. Tudo bem, eu bem entendo que sua filha, sua neta e sua mãe precisam de um presente de natal, mas tem que ser um tão caro? Dizem que essa tradição dos presentes começou com os três reis magos ― que de fato nunca existiram. Outros indivíduos falam que Natal é época de reunir a família, de lembrar os laços dados por Deus, lembrar a Sagrada Família. Bem, e para que os presentes? O que une uma família é, supostamente o amor de Deus, certo? E esse materialismo vem de onde?


Esse texto está demagógico demais? Não, não está. Entenda que a cada ano o Natal vem se tornando uma festinha elitista, onde, ao inverso da humildade de Jesus, o que tem espaço é o luxo, o exuberante, o desnecessário. Há casos em que uma família pode residir numa casa paupérrima, mas se não conseguir colocar uma árvore de Natal ou fazer uma ceia com comida diferente não consegue se sentir digna de festejar a data. Espera aí, mas no Natal nós nos importamos com os desfavorecidos. Sim, vejo como. Natal Sem Fome? Ou será aquele carro cristão que circula a cidade doando alimentos por puro exibicionismo camuflado de pseudo-caridade?


Tudo bem, somos cristãos, mas o Natal não, ele tornou-se cristão e por razões meramente políticas, que hoje tornaram-se meramente financeiras.


Tarcísio José Morais
Graduado em Letras pela UFAL e Blogueiro

1 comentários:

Marcio Ferreira disse...

Prezado Tarcísio,

Parabéns pelas palavras sinceras. Assim, a cada fim de ano são as mesmas coisas, a lógica capitalista do consumo frenético. Estas reflexões feitas agora pelo Tarcísio são cada vez mais raras em nossa sociedade, principalmente pelas igrejas que materializam a fé em notas de R$100,00 ou R$50,00 Menos que isso é uma falta de amor a causa.