Eu vi e Você? (Parte II)


Vi terreno a UNEAL na promessa ganhar e não poder uma pedra botar!

Vi a Saúde o trânsito parar!

Vi merenda faltar e aluno não ter onde sentar para em extensão estudar!

Vi feira de gado se edificar!

E os terrenos daquilo não passar!





Vi deputado chorar e pai ditar o discurso para ele falar!

Vi ex-presidente se candidatar e o pior, ganhar!

Vi governador através de decreto governar! E o servidor público parar!

Vi este governador crime contra estudante em acidente transformar!

Vi estudantes a BR fechar!

Vi coronel algemar, usineiro não pagar e o trabalhador parar!

E os terrenos... coitado do povo que mora lá!

MEU NOME NÃO É JOHNNY (?)

Meu nome não é Johnny e receio que seu nome também não seja.

Mas o rapaz morto a tiros por um homem fardado na capital das Alagoas chamava-se Johnny. O crime aconteceu num bairro violento da 3ª capital mais violenta do país. As desculpas para o homicídio conseguem ser mais fantasiosas que Harry Potter. Contudo, o bruxo britânico resolve tudo por mágica, e nem mágica apagaria a cota de três homicídios por dia da capital de nosso Estado. O governo já pediu socorro (!) para garantir a segurança de seu eleitorado – ops, de seu povo bem amado -, mas a situação continua de mal a pior: escolas são pontos de tráfico e consumo de drogas, casas de família são palcos para o espetáculo da morte, bairros pobres tornam-se cenários perfeitos para chacinas cruéis e desumanas. No bairro onde o jovem foi morto, por exemplo, já aconteceram vários tiroteios entre homens de farda e homens de gangues, sem nenhum envolvido ser preso ou morto. Aparentemente as balas só encontram gente inocente.

Todo esse medo, toda essa tensão, toda essa insegurança ainda nos fará – espero eu – ignorar uma certa atriz global que aparece com um sorriso mecânico na televisão nos mostrando as maravilhas que nosso governo fez para nós. Nesse dia, então, nos daremos conta dos vários descasos cometidos contra nós mesmos e veremos que, honestamente, nunca se fez tanto para se tirar a vida das pessoas em Alagoas.

Então, embora meu nome não seja Johnny, o caráter fúnebre do texto deve-se ao fato de que se continuarmos de braços cruzados, não importam que nome tenham, outros jovens ocuparão o lugar de Johnny, serão engolidos pelo descaso e pela profunda negligência.

Tarcísio José !

Letras - UFAL

Eu vi e você?



Eu vi candidato a prefeito falar que: "se ganhar estudante não paga ônibus pra estudar".

Vi este candidato assumir o lugar e esta promessa não honrar!

Vi este já prefeito cair, e o vice por duas horas assumir o lugar!

Vi o prefeito voltar e mandar o vice procurar o seu lugar!

E os TERRENOS na M... continuar.




Vi um debate em 2004 se organizar e o prefeito não ir lá!

Vi comércio de gasolina e hotelaria em União se alastrar!

Vi professores a Educação em um caixão enterrar!

Vi o nepotísmo na prefeitura rolar!

Vi praça boa reformar !

E os TERRENOS no lamaçal continuar.

A paz para o povo de Anapú



Companheiros(as) de caminhada:


Uma dia o poeta escreveu: "Faz escuro mais eu canto porque o amanhã vai chegar"... no momento faz escuro, só não sei quando podemos cantar. Pois a dois dias segui de perto o julgamento dos assassinos da Irmã Doroty. Não tirei o pé do tribunal de justiça estes dias, mais agora regresso à casa, com uma profunda tristeza. O Júri concedeu liberdade ao autor intelectual do crime (o Bide) latifundiário, criminoso e tirano. O "pobre', o miserável do vaqueiro-pistoleiro( q não se deve ter pena) resolveu assumir toda culpa, o idiota foi assim condenado a 28 anos de prisão. Ai nos perguntamos até quando nós agüentaremos tanta violência e tirania?

Estivemos acampados em frente ao tribunal de justiça: trabalhadores, trabalhadoras, religiosos e religiosas, cristãos anglicanos e metodistas, clamando por justiça e sonhado com paz no campo. A paz para o povo de Anapú, a solidariedade a congregação das irmãs de Notre Dame, Justiça a Irmã Doroty, que muito fez para o povo empobrecido do oeste e sul do Pará... Foram momentos bonitos de compromisso e companheirismo, mais a sentença foi cruel; venceu o inimigo, o tirano com sua bota assassina está livre para esmagar os fracos e indefesos e continuar com seus parceiros a destruir nossa Amazônia. Diante deste fato me pergunto: Se este caso que teve tanta repercussão nacional e internacional, o autor intelectual foi solto, então agora fica mais fácil continuar matando trabalhadores. E como vai ser a vida do povo pobre de Anapú? Do povo de Ir. Doroty?

Partilho com vocês o meu ato de repúdio a esta atitude da justiça brasileira. Espero que amanhã possamos cantar, na esperança de que "haveremos de ver qualquer dia chegando a vitória e o povo nas ruas fazendo a história."

Um abraço.
Pe. Ednaldo, OMI